sexta-feira, 28 de agosto de 2009

4° Concreto Aberto


Concreto Aberto – 4º Edição - Dramaturgia brasiliense contemporânea

Debatedores:
Jonathan Andrade, Mauricio Witzac e Sérgio Maggio


Mauricio Witzac: “Entre 8 paredes” foi o primeiro texto escrito. O personagem tem que ser sendo. Personagens dentro de um espaço-tempo claustrofóbico. O humor é algo recorrente na em sua dramaturgia. Pensar em vários personagens e não apenas em um como fio condutor. Sua criação geralmente parte de uma célula dramática. E também trabalha a partir de uma de suas poesias que viram prosas e em seguida texto teatral.
“Estar aqui é acabar um pouco com a minha solidão de dramaturgo.”
“Todos os meus personagens estão colocados em espaços claustrofóbicos. Humor é outro elemento recorrente no meu trabalho, apesar da densidade das situações.”
“Eu geralmente parto de uma célula dramática, que pode ser um estímulo que alguém me dá.”
“ Já tive experiências de partir do namoro das linguagens, prosa e poesia para chegar ao texto teatral.”




Jonathan Andrade: Costuma escrever a partir de uma observação do cotidiano. Mas já partiu de diferentes lugares para escrever. Ouvir a palavra em cena é algo que o motiva a escrever. E também busca um certo lirismo ao escrever.
“Eu não gosto de rótulos, gosto de escrever.”
“Eu sempre fui muito preso ao cotidiano, à história das pessoas, isso me embriaga.”
“O trabalho de um dramaturgo é como pintar ou fazer um tapete. É entrar num quarto escuro.”
“Gosto de tirar o espectador da referência de tempo e espaço que ele tem.”
“O lirismo me desafia e me motiva muito.”


Sérgio Maggio: Já criou três textos. Cada um partiu de um lugar diferente. O primeiro partiu de uma pesquisa de pós-graduação sobre o universo da prostituição em Salvador e em Brasília. O segundo surgiu de uma experiência vivida em uma boate gay na cidade do Rio de Janeiro e o terceiro teve como ponto inspirador um quadro de um artista plástico.
“Ainda na escola a professora passou um trabalho que era transformar uma crônica numa peça teatral – assim eu começava a me envolver com o teatro.”
“Desde cedo eu aprendi que o teatro era coisa muito séria.”
“Eu sabia que a minha história era com a palavra e sempre ligado ao teatro.”
“Eu sempre entendi o teatro como uma conexão de muitas coisas acontecendo. Eu não consigo trabalhar sozinho.”
“Os meus textos são sugestões para a equipe que for trabalhar nele. Comecei a rejeitar a idéia de escrever só.”
“Ninguém escreve para a gaveta, a idéia é que vá para a cena.”
“A dramaturgia no DF pode ficar viva e consistente se os dramaturgos se integrarem – precisa se criar um pólo, um território comum para os dramaturgos daqui. Tem que ter caminhos para a dramaturgia, eu vejo esse caminho por agrupamentos.”

Outras falas:
Maurício
“Ainda não é possível sobreviver de dramaturgia em Brasília.”

Jonathan
“Uma coisa sou eu no meu reduto, outra coisa é a cena, nesse sentido, a dramaturgia estar aberta ou fechada, depende do processo.”

Sérgio
“A obra tem que ser aberta, mas, é importante respeitar a essência trazida pelo dramaturgo não a forma. É um respeito à criação do dramaturgo, ao conteúdo proposto.”
“Eu escrevo para o teatro porque é uma linguagem que me impactou desde muito cedo.”

Maurício
“Eu sou de fato um dramaturgo que busca a catarse mesmo. Eu não consigo escrever uma cena que não tenha conflito. Sou aristotélico. O meu processo é mais solitário e mais tradicional nesse sentido. Mas pretendo transitar em outras linguagens.”

Sérgio
“Interessa-me a memória, que vem sempre contaminada e é por natureza fragmentada. Como cebolas, que vão aparecendo.”
“Como qualquer arte, o teatro pode falar de tudo, mas é preciso uma ética.”

Jonathan
“A gente é colonizado por conceitos, e, sinceramente, às vezes os conceitos não me levam onde eu quero ir.”

Sérgio
“Eu acredito muito no processo, onde todo mundo se transforma e o público vai receber um presente.”
“O corpo do ator pode ser ilimitado. Um gesto pode dizer 10 páginas.”
*Colaboraram aqui: Francis Wilker e Maria Carolina Machado.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Concreto na estrada de Santos!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Daniel Pitanga é músico licenciado pela UnB. É integrante do Teatro do Concreto desde 2007, quando participou pela primeira vez do espetáculo Diário do Maldito. No grupo já participou dos trabalhos: Diário do Maldito (músico de cena e direção musical), Ruas Abertas (músico-ator) e atualmente trabalha na pesquisa e direção musical da nova obra do grupo, sobre o tema Amor e Abandono.
Além dos trabalhos com trilha sonora e pesquisa musical dentro do Concreto, já participou dos espetáculos: Victor, meu querido Victor (2006) direção de Zé Regino; Contos de Alcova (2007) direção de Míriam Virna e espetáculos circenses com o grupo Circênicos.
Fora do teatro, trabalha como professor de violão popular na Escola de Música de Brasília e integra os grupos musicais: Camerata de Violões da EMB, que grava o seu primeiro disco no final do ano e o Duo Oiti, com a flautista Marília Carvalho.
Em sua formação foi aluno da EMB; fez curso de trilha sonora para TV e cinema; curso de áudio profissional; foi integrante do grupo de formação de bailarinos da companhia de dança ASQ e tem experiência docente como professor de violão e musicalização infantil.
Atualmente pesquisa a música em cena e a formação musical de artistas cênicos, realizando encontros de estudos musicais com os atores do Concreto e pretende fazer curso de pós-graduação nesta área.

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Maria Carolina Machado é pedagoga, servidora pública do Ministério da Educação e, para completar, atriz do Teatro do Concreto. Iniciou a graduação em Artes Cênicas, na UnB, mas, na verdade, acabou terminando uma especialização em Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas. Entrou no grupo em 2004 e, desde então, construiu vários enredos e personagens, como a “Brasília” de Diário do Maldito; a “Isabela” da pesquisa sobre Commedia Dell' Arte - Ghegança; integrou a série de intervenções urbanas sobre o tema amor e abandono Ruas Abertas; a leitura dramatizada do texto Inútil canto e Inútil pranto pelos anjos caídos; e escreveu a dramaturgia do espetáculo Borboletas têm vida curta. Durante os primeiros semestres de Artes Cênicas, ganhou o prêmio de melhor atriz com a esquete Convite, no Calouradas Populares da Unb; fez a personagem “Moema” em Senhoras dos Afogados - dirigida por Hugo Rodas; e a performance “A maçã”, no ciclo de performances sobre Artaud – O Plano Erótico Interno. Hoje, além de circular com o Diário do Maldito, pesquisa o tema amor e abandono para a montagem do novo espetáculo do Teatro do Concreto.

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