quarta-feira, 22 de julho de 2009

Processo Criativo

Os processos criativos no Teatro do Concreto integram atividades como grupos de estudo, improvisações, exploração de espaços urbanos, ensaios abertos, construção de imagens poéticas, seminários, entrevistas, entre outras estratégias que possam estimular a criação da cena. Todo o trabalho conduzido na sala de ensaios tem como base cinco diretrizes metodológicas estruturantes:
1 - Processo Colaborativo: visa, essencialmente, o estabelecimento de uma horizontalidade na relação entre os agentes teatrais na elaboração de um espetáculo. Seu objetivo primordial é acabar com as hierarquias desnecessárias entre os criadores. Todos os envolvidos na criação têm o direito e o dever de contribuírem para a produção artística, visto que, somente a troca permite que o processo exista. Antônio Araújo, diretor do Teatro da Vertigem, um dos sistematizadores desse processo, assim o define: “O processo colaborativo se constitui numa metodologia de criação em que todos os integrantes, a partir de suas funções artísticas específicas, têm igual espaço propositivo, sem qualquer espécie de hierarquias, produzindo uma obra cuja autoria é compartilhada por todos”.
2- Depoimentos pessoais: utilização de colocações íntimas e pessoais dos atores (fatos vividos, pontos de vista, histórias) que traduzem seus posicionamentos, enquanto pessoas, artistas e cidadãos e representa um material passível de manipulações artísticas dado o hiper-realismo com que são apresentados.
3 - Imagem poética: a tradução, em elementos essencialmente visuais, da percepção dos atores acerca de um tema, cena ou texto. O ator elabora uma espécie de instalação, que pode ter ou não movimento e participação de atores e que ressalte, plasticamente, o seu olhar para determinada questão.
4 – Investigação em espaços urbanos: a partir do tema tratado, o grupo procura identificar espaços na cidade que possuam algum tipo de relação com o tema e realizam visitas de exploração e experimentações a partir das influências e observações do espaço.
5 - Canovaccio: a estruturação que o dramaturgo faz do material cênico produzido pelo grupo ao longo dos ensaios. Uma espécie de roteiro de trama larga que recebe o nome de ‘canovaccio’. Luís Alberto de Abreu, importante dramaturgo brasileiro, assim define o mesmo: “Canovaccio é mais que um roteiro de ações. É reunião de ações, imagens, metáforas, intenções, conceitos, climas e intensidades que se pretende no espetáculo. Não é também uma mera organização das improvisações em sala de ensaio. É imaginar-se um espetáculo possível (...)”
6 - Cenas Concretas (ensaios abertos): são apresentações de ciclos de improvisações produzidos pelo grupo, organizadas num roteiro simples e realizadas para um público convidado. Seu objetivo principal consiste em dialogar nossa produção com o público e a partir desse encontro gerar novos olhares e possibilidades para a cena/espetáculo que está sendo criado.

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