quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Para Abraçar o Encontro





Nesse mundo imediatista ainda vejo possibilidades de parar o tempo e viver momentos de verdadeira troca. Troca de energia, troca de amor e de sensações que nos levam a uma entrega profunda e real, permitindo romper com nossas máscaras. É assim que me sinto em uma das últimas cenas do Diário do Maldito, onde trabalhos com momentos de depoimentos dos atores: a cada apresentação uma nova pessoa e consequentemente uma nova troca. Nas apresentações de Campo Grande, vivi momentos muito especiais. Uma jovem me procurou no final do espetáculo e perguntuou se poderia me dar um abraço. Comentou que havia assisitido a peça na noite anterior e como meu depoimento foi direcionado a ela, minhas palavras atravessaram seu coração e provocou uma imensa vontade de me abraçar, mas por acreditar que não podia tocar os atores, se conteve. Porém, ao ir embora a necessidade daquele abraço permaneceu e, segundo ela, bateu um desespero ao saber que o nosso abraço poderia se perder por esse mundo sem fim. Então, lá estava ela novamente, ao final de outra apresentação, diante de mim, pedindo timidamente um abraço. Nos abraçamos fortemente e por um longo tempo, juntas choramos no silêncio do nosso encontro. Foi um momento mágico e muito especial pra mim, que carregarei para sempre no coração. Confesso que foi um dos maiores cachês que já recebi, me senti tão gente de verdade!

Celma Ioci - atriz do espetáculo Diário do Maldito

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial