sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Estreando: “Homem Árvore”

"Desce daí ô Teco-teco!". Ao ouvir essas palavras, caiu a minha ficha: Eu estou no Diário! Entrar em cena foi algo inexplicável. O Tumba, o papel, o lixo, a baba, a dor, o grito, o seio, o suspiro. Tudo que eu tinha visto tantas vezes, eu estava sentindo, estava dentro. Meu depoimento pessoal resume grande parte do que eu senti. Eu estava do outro lado. Nas seis vezes que estive como espectador, a cada uma, as sensações foram diferentes. Talvez, por esse motivo, eu tenha voltado tantas vezes. Fui desafiado. Agora eu teria que desafiar. No depoimento, momento de se despir, não só no sentido literal da palavra, mas também no sentido de se abrir, se entregar, expor "aquilo que grita dentro de mim", foi um momento de emoção inimaginável. O choro, a compreensão de quem me ouvia, me olhava, a identificação. Parecia que eu estava alí, na minha frente. Percebi que, de alguma forma, eu toquei aquelas pessoas com a minha simples história. E isso é lindo! Lindo de sentir! Uma goiabeira da minha infância, algo que até pouco tempo eu não sabia que estava guardada em minha memória, emocionou uma menina, que ao ouvir se identificou, chorou, me abraçou e me agradeceu. Depois, durante o encontro com os grupos locais de Campo Grande, fui batizado por ela mesma como "Homem Árvore". Alí senti o verdadeiro sentido da cena. Ainda tenho muito a desvendar e descobrir sobre o "maldito". Que venham as próximas apresentações!

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