domingo, 24 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Convite
Temos momentos históricos e preciosos no Diário relacionados ao público. Em Macapá, durante os batuques e dança do Poeta, o publico começou a bater palmas super ritmadas marcando cada compasso do tambor. Em BH, tínhamos medo do suor respingar no público e incomoda-lo ainda mais. Em Santos, no momento do cortejo final, o público ficou de joelhos, numa forma de reverência. E, finalmente, em Campo Grande, no momento do depoimento pessoal, o Jair, oficineiro, engajado e apreciador de teatro (como ele mesmo se define) compartilhou o despir comigo.
Eu já estava no fim do depoimento, me despindo do meu personagem, quando o Jair fez o mesmo. É claro que fiquei surpresa e, por um segundo, sem saber o que fazer. Porém, não pensei duas vezes... lhe dei um abraço e o agradeci por compartilharmos aquele momento.
No fim da peça, fui conversar com o Jair. Falei que foi a primeira vez que uma pessoa do público havia tirado a roupa e o quanto aquilo foi importante para mim, para a história do grupo e do Diário. Jair me disse que ele não teve escolha... se sentiu entregue e convidado pelo espetáculo.
Maria Carolina Machado - atriz
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Aperto na boca do estômago
Aperto na boca do estômago! O que é isso? Ansiedade por entrar em cena? Expectativa de realizar um ótimo espetáculo? Emoção por tantos encontros? Infelizmente, não... Essa sensação, na verdade, de engodo, embrolho, enjôo e vômitos (melhor parar por aqui...) foram os sintomas de uma gastrointerite. Tudo começou na segunda (18/01), às 6:00 da matina. No domingo, apresentamos a última sessão do Diário do Maldito em Campo Grande e desmontamos o cenário. Desconfio que o que deflagrou o processo foram umas pizzas, que comemos, durante a desmontagem, mas a pessoa acometida por essa infecção contem o vírus muito antes dos sintomas se manifestarem. Bem, como já sofro de gastrite nervosa e andei comendo muita coisa diferente pelo Pará, onde passei férias, eu estava facinha, facinha...
De segunda (18/01) até quinta (21/01) foi uma via sacra por emergências de hospitais, soros e remédios na veia, comprimidos passados equivocadamente, insônia, dor, dor e dor. Um dos momentos mais desesperadores foi na viagem de Campo Grande para Cuiabá. Era por volta das 4:00 quando eu comecei a suar frio. Apesar do ar condicionado do ônibus, eu estava sentido tanto calor e falta de ar, que precisei tirar a roupa para ver se aliviava. Enquanto isso, A Celma e a Micheli me abanavam. A solução encontrada foi parar na cidade mais próxima e procurar um pronto socorro. Pois bem.... Chegamos em Rondonópolis. O ônibus parou na rodoviária da cidade e eu, Celma, Micheli e Francis pegamos um táxi rumo ao hospital mais próximo. O médico meio sonolento, que me atendeu, mandou eu tomar mais remédio na veia e ainda passou um pedido de exame de Dengue. Dengue!? Enquanto isso, chegou um bebezinho com sua mãe. Ele estava desidratado e tinha que receber soro na veia também. Meu Deus !!! Que visão e som do inferno!!! A mãe segurando o bebê e a enfermeira furando a criança várias vezes para ver se achava a veia e a agulha ficava no ponto certo. Logo em seguida, fui eu. O médico até me deu um remédio para dormir enquanto o soro pingava, mas com aquela cena do menino e choro ainda ecoando foi impossível. Depois de quase duas horas e com o dia amanhecendo retomamos a viagem.
O remédio foi apenas um paleativo. As dores voltaram e fui num gastro em Cuiabá, tive que fazer um hemograma completo, o que serviu para descartar algo mais sério. Porém, o médico foi bem categórico: Ou você fica de repouso se hidratando e se alimentando bem, pois leva de 1 a 2 semanas para o seu estômago e intestino começar a funcionar bem, ou vc faz as suas apresentações de teatro, fica comendo no hotel e na rua e volta a passar mal de novo. A intimação foi dada e eu não tive escolha. Gente, até parece um dramalhão!!! Eu chorei tanto do médico até o hotel, que é claro piorou a dor. Daí, liguei pra Ju, Francis e Ivone e achamos melhor eu voltar para BSB.
Bem, agora, estou na casa da minha mãe... Ia fazer uma endoscopia ontem, mas a minha médica achou por bem adiar o exame pois meu estômago já está muito agredido. Estou de repouso, tomando remédios (dessa vez corretos), o coração dolorido por não estar, na empreitada Centro-Oeste e torcendo pelo sucesso do meu grupo.
Concretos, obrigada pelas flores, pelas palavras, pela luz e energia.
Mi e Celma, obrigada pela força! Celma vc é uma mãezona! A Sara é que é feliz e bem sabe...
Francis e Ivone, obrigada pela compreensão. Se eu estiver melhor volto para fazer o Diário em Goiânia.
Ju, muita merda pra vc! Cheguei a sonhar com vc fazendo a Brasília e saiu tudo ótimo porque foi do seu jeito! Obrigada por topar mais essa!
Beijos, muita merda e evoé!
Maria Carolina Machado - atriz do Concreto.
O menino invisível
Estreando: “Homem Árvore”

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
A cachaça do Concreto
Três estados , Três cidades , ufa!!! Haja cachaça para esquentar os corações e botar fogo nesse povo. Até agora foram gastos 11 litros de cahaça, 8 abacaxis e 06 quilos de açucar, para adoçar a alma dos que passam por nosso boteco, onde niguém compra lágimas até por que não vendemos. Gira Concreto que essa roda não pode Parar!
Para Abraçar o Encontro

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
TEATRO DO CONCRETO EM CUIABÁ PROGRAMAÇÃO

Programação gratuita
21/01
18h - Ruas Abertas - intervenção cênica no espaço urbano em parceria com o grupo Confraria dos Atores. Local: proximidades da Praça Alencastro ou Praça Ipiranga
22/01
18h - Ruas Abertas - intervenção cênica no espaço urbano em parceria com o grupo Confraria dos Atores.Local: proximidades da Praça Alencastro ou Praça Ipiranga
20h - Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos - leitura dramática – Sesc Arsenal
23/01
Uma sessão às 19h e outras às 21h - espetáculo “Diário do Maldito” - SESC Arsenal
24/01 -
14h30 - Teatro em Debate - encontro com grupos locais e lançamento da revista“entrelinhaseConcreto”. No SESC Arsenal
20h - espetáculo “Diário do Maldito”
Mais informações:
Isa Sousa – assessoria de imprensa em Cuiabá – (65) 8117 1946
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Concreto no Centro-Oeste




Brasília, 13 de Janeiro, 21h. Concreto rumo à Campo Grande. Foram 14 horas de viagem abastecidas com “Amelie Poulain”, “Como água para chocolate” e “Aprendiz de sonhador”. Alguns cochilos, paradas para o xixi, o Pitanga num saco de dormir e a Zizi num cafofo embaixo do banco.
Campo Grande,14 de Janeiro, 14h. Almoçamos e fomos ao campus da UFMS, onde se encontra o Teatro Glauce Rocha. Capivaras, um belo pôr do sol e uma reserva ecológica Ilustram a paisagem.
Partimos para a montagem do Diário do Maldito, o belo teatro precisou de ser “enfeiado” com papéis picados, entulhos, muitos metros de fios e uma atmosfera de boteco. enquanto isso Maria, Nei, Jhony, Micheli, Gleide e Pitanga ensaiavam a leitura dramática do Inútil Canto e Inútil pranto dos anjos caídos.
No início da apresentação contamos com a presença de alguns morcegos, o que enriqueceu o contexto da leitura. Um dos momentos mais impactantes foi o final, as chamas e o teor contundente do texto geraram momentos de silêncio e inquietação na platéia. Um professor de direito nos pediu o texto do Plínio para trabalhar com a sua turma.
Dia 15, primeira apresentação do Diário. Tivemos uma estréia dentro da estréia, após participar 6 vezes do espetáculo como espectador, foi a primeira apresentação do Rômulo no papel do Gão substituindo o Robson. Estávamos ansiosos com a resposta do público e mais uma vez nos desdobrando para nos adaptar ao espaço. Tivemos uma outra estréia muito especial, A Ju está atacando de musicista nesta turnê, assumindo a percussão com a Regina suprindo a falta do Igor. Tudo ocorreu bem, tivemos uma grande surpresa. Pela primeira vez uma pessoa do público se despiu na cena da sala de milagres juntamente com os atores, foi uma surpresa muito boa e sincera.
Sábado tivemos também uma boa apresentação do Diário. No domingo dia 17, foi a vez do lançamento da revista Entrelinhas e Concreto e um debate com os artistas locais. Foi muito interessante a troca de experiências, conversamos um pouco sobre políticas públicas e o financiamento e manutenção do teatro na região Centro-Oeste. Contamos com representantes de grupos de Campo Grande, Cuiabá e Minas Geraes.
Na tarde de domingo nos preparamos para a nossa última apresentação do Diário. Já nos sentíamos bastante cansados e com um aperto no peito. trabalhamos muito nesses 4 dias entre apresentações, montagens e trocas, tudo tem sido bastante intenso. Procuramos ter sempre em mente a importância dessas ações e a nossa antiga vontade fazer uma turnê. As apresentações finais parecem ser sempre as mais profundas, os curtos momentos antes de começar a peça parecem únicos e infintos. Trocas de olhares, lágrimas e um coração acelerado nos trazem a certeza de que tudo isso vale muito a pena. muito amor no peito. Axé!
Sobre as invasões poéticas - Por Francis Wilker
O encontro com o público e artistas de teatro em Campo Grande foi por mim sentido com as cores da abertura e da generosidade.
Quando a gente faz um espetáculo por muito tempo, (no caso do Diário do Maldito, há quase 04 anos) dá sempre uma sensação que a emoção original do trabalho vai escorrendo pelas mãos como areia....é como se nunca mais fosse ter aquela força que tinha no início....talvez como os relacionamentos amorosos (risos). Então, quando a gente consegue apresentar e ver o jogo vivo com o público funcionar, as pessoas se envolverem, se emocionarem, se divertirem...o sentimento de gratificação pelo trabalho, por ter escolhido o caminho do teatro, por escolher fazer esse teatro que fazemos, o sentido de estar junto....tudo se renova, se oxigena...como as áreas verdes-vivas de Campo Grande. Aí, você começa a re-descobrir o espetáculo, ver aquilo que ainda pode ser aprimorado, a ter tesão novamente.
Acho que são esses os sentimentos que me tomam nesse primeiro trecho de nossa jornada pela região Centro-Oeste. O público foi muito aberto e participativo, se envolveu com todo o amor, violência e humor que há no Diário. Fomos abraçados, ou como alguns espectadores disseram no debate: "vocês nos pegam pelas mãos e dizem...vem com a gente", "o que vocês fazem é uma invasão, mas não é uma invasão violenta, é poética", "achei interessante como vocês conseguem falar de toda a violência que há na obra do Plínio com tanta leveza e poesia".
Acho que por enquanto é isso! O desejo de a invadir e ser invadido pela poesia viva do teatro.